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POR
ONDE ANDA A CRIATIVIDADE?
(...Em seus processos de seleção, as empresas descartam
os criativos e enchem salas com gente sem imaginação...)
Domenico de Masi
Há muito tempo venho refletindo sobre criatividade no ambiente de trabalho e sinceramente a cada dia chego a conclusões frustrantes, será que esta tão exaltada e procurada criatividade está sendo bem trabalhada dentro das empresas.
Vou fazer um relato verídico para que você entenda o motivo das minhas frustrações, Nelson *, um funcionário de uma grande rede de supermercados. Descobriu que nas embalagens plásticas que envolviam o frango resfriado continha muita água, e no processo de recebimento, durante a pesagem, este fato passava despercebido e o supermercado (sem saber) tomava um prejuízo de aproximadamente 5% por caixa comprada. Com a descoberta do atento Nelson o supermercado vai ter uma economia real que pode ultrapassar um milhão de reais ao ano, em toda a rede. Querem saber o que o Nelson ganhou como recompensa?, meia dúzia de tapinhas nas costas, alguns elogios e uma caixa de bombons que custa menos de quatro reais. E você deve estar se perguntando o que tem a ver o Nelson, água no frango e criatividade. Ele enxergou o que ninguém tinha visto antes.
A criatividade é um dom que se adquire naturalmente, convivendo com problemas e descobrindo soluções, criatividade não envolve característica social , idade, raça ou credo, ela é uma qualidade das pessoas curiosas e ousadas, que procuram fazer coisas novas, surpreendentes e que possam trazer benefícios para o ambiente coletivo.
Os empregadores precisam contratar profissionais criativos e com uma boa formação intelectual, afinal de contas, o mercado está totalmente competitivo e globalizado. É óbvio que as empresas não estão dispostas a investir em fracassos, porem no processo de seleção o buraco da peneira tende a ser estreito, ou largo demais, por que , alguns departamentos de recursos humanos utilizam um método conservador e elitista para selecionar seus candidatos. Muitos consideram a criatividade uma qualidade restrita a pessoas que tiveram acesso a faculdades conceituadas e cursos de especialização em “HARVARD’’., nestes pontos podem estar acontecendo os deslizes corporativos, é possível fazer uma triagem, descobrir gente talentosa e oferecer oportunidades.
Operários no chão de fábrica, faxineiros nos escritórios ou promotores nos PDVs * a criatividade pode estar rondando os cérebros destes profissionais neste momento. Independente de hierarquia, cargo ou salário, as idéias e soluções que podem resultar em lucro e economia de despesas não podem em hipótese alguma ser ignoradas. As empresas para serem bem sucedidas podem e devem promover a integração social, apoiar o desenvolvimento humano e intelectual de seus colaboradores, utilizar todo o material criativo que eles oferecem e ao mesmo tempo valorizar as ações do profissional dando-lhe condições favoráveis para continuar sugerindo idéias, vivemos situações economicamente instáveis e o cérebro humano é a chave que abre as portas do futuro. Abra a porta da sua sala e derrube as barreiras que impedem o fluxo de idéias. Neste momento alguém com o pé no último degrau da hierarquia pode estar tentando te mostrar, a solução genial que você e sua empresa precisam.
* Nelson (nome fictício para preservar a identidade do
personagem )
* PDVs ( ponto- de vendas)
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Acusada
de morte
Não gosto nem de lembrar desta história, más decidi colocar meu drama no papel para emocionar e divertir os leitores.
Sábado, 10 de setembro de 1.999 um lindo dia de sol, eu era promotor de vendas de uma empresa de laticínios, e atendia vários supermercados na região sul de belo horizonte, neste dia terminei meu trabalho em um deles e saí em direção a outro para completar minha jornada sabática.
Despedi dos colegas e fui embora, ao chegar no estacionamento da loja, minha barriga fez um barulho muito suspeito seguido por uma dor fina, não dei importância ao fato e apertei o passo. Comecei a descer o passeio do colégio coração de Jesus na rua: Inconfidentes seguindo em direção a Av: professor morais, onde pegaria o ônibus que me levaria para outro cliente no bairro cruzeiro, meu amigo foi neste momento que meu Sábado de sol começou a ficar nublado, aquela dor fina se tornou uma imensa diarréia, gente do céu, parece que tinha cinqüenta peixeira rasgando a beirada do buta, o suor pingava que era uma beleza, eu dava dois passos e dava aquela chave de coxa para conter o avanço da intrépida bosta.
Caí na besteira de soltar um punzinho inocente na esperança de aliviar meu sofrimento, aí meu chapa o trem zangou de vez, ploft! Caguei na calça.
O pior é que a imensa dor não passava nem por decreto presidencial, minha sorte é que eu estava com uma camisa social por dentro da calça que imediatamente foi colocada para fora para encobrir o vexame, ou melhor a cagada.
Cheguei no ponto de ônibus e encostei num muro chapiscado com o buta travado e olhos cheios de água , um senhor se aproximou e perguntou se estava tudo bem comigo? Respondi com um sorriso amarelo, tudo bem!
O bendito ônibus chegou, entrei desesperado em seu interior e fui imediatamente para o fundo do mesmo, ainda bem que o bodum estava sob controle.
Cheguei na loja aos trancos e barrancos, subi as escadas que dava acesso aos banheiros e dei de cara com o gerente que percebeu meu desespero e quis saber o que estava acontecendo, falei rasgado! Sai da minha frente por quê eu estou cagado.
Gente que delicia! Tomei um belo banho, lavei minha roupa e senti a cabeça leve, leve. O chato da situação é que tive de suportar por um longo período as gozações da galera. Zé cagão! Zé cagão! Zé cagão!
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MEIA
CARECA
Vou começar a contar,
más se eu ouvir risinhos debochados paro na hora, hein! duvido
que ninguém aqui, nunca tenha sido atropelado por um carrinho
de pipoca. Incrível gente, más é verdade, fui
abalroado em plena Afonso pena por um inocente carrinho de pipoca,
puta merda á coisas que só acontece comigo, bicho.
Tudo aconteceu em uma fração de segundo,
me lembro muito bem, saí do trabalho na rua: da Bahia ás
16:00 e subi a Tamóios em direção a rua: Rio
de Janeiro onde estava localizado o ônibus especial que me
levaria até a faculdade, que por sinal era longe para burro,
literalmente. Eu estava perdido em pensamentos, e muito preocupado,
os boatos entre os alunos davam conta de que a nossa conceituada
faculdade não tinha o reconhecimento do MEC para o curso
que estávamos concluindo, e com tudo isto eu só conseguia
pensar em uma coisa , tô ferrado! Se o curso é meia
bôca no final você vai acabar levando meia, João.
Cheguei em frente a igreja de São José, parei no canteiro
central da Afonso Pena e estava esperando o sinal fechar para concluir
a travessia, não percebi o avanço do intrépido
carrinho de pipocas, ô gente, o sinal fechou, quando coloquei
o sapatinho direito na avenida, pááááááááá,
levei uma ferroada na costela que até o cabelo do buta levantou
para cima, nossa senhora como doeu, me apoiei em uma arvore fininha
no meio do canteiro e só conseguia falar, ai, ai, ai, ai.
O pipoqueiro, um senhor de cabeça branca correu em minha
direção e disse: Cê machucou fio, respondi,
aíiiii tio, o senhor regaçou minha costela sô,
tadinho ele com lágrimas nos olhos só conseguiu falar
uma coisa, cê aceita um bocadinho de pipoca.
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CACHORRO
DOIDO
Gente , eu vou falar com vocês
um negócio, nunca mais na minha vida eu vou trabalhar como
pesquisador, tô muito traumatizado sô, tempos atrás
cheguei na casa de uma doninha para fazer uma pesquisa e fui muito
bem recebido pela dona da casa, gente é pela dona da casa
não confunde o trem não. Pois bem, vamos continuar
a prosa, me sentei confortavelmente na sala de estar da dona e
todo pimpão comecei a pesquisa, pergunta de cá resposta
de lá e a conversa foi fluindo, fluindo e o pior estava
me aguardando. Me lembro como se fosse hoje, eu estava
com uma sandália de tiras estilo forrózeiro, todo
á vontade, perninha cruzada me sentindo o melhor dos pesquisadores.
Subitamente entrou na sala um cachorrinho poodle lindinho toda
vida, a dona disse que seu nome era Dunga. Comecei a brincar,
tí,tí,tí,tiu tí,tí,tí,tiu
o bichinho ficou todo assanhado e saiu para o terreiro balançando
o traseiro gordo. Continuei a pesquisa, faltando pouco para acabar
a dona me ofereceu um copo com água, aceitei na hora e
ela delicadamente levantou-se para ir pega-lo, ai meu amigo o
trem desandou, o poodle lindinho toda vida passou sorrateiramente
por trás da cadeira e deu de cara com meu calcanhar, puxa
vida ele era pequeno, más tinha um bocão , o bicho
cravou todos os caninos no meu belo pezinho ai que dor , caí
na besteira de puxar a perna, pronto, saiu rasgando tudo. Arrumei
uma gritaria dentro da casa sô e a doninha desesperada veio
em meu socorro, sangue de um lado, pesquisa de outro e o safado
do poodle desapareceu. Depois dos curativos , sugeri a dona que
colocasse uma placa no portão “CUIDADO! CACHORRO
COM COMPLEXO DE SUPERIORIDADE”
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CASAL
OBSCENO
Nós entendemos a linguagem
do amor?
Sexta feira , onze horas da manhã o banco
Jabaquara estava socado de clientes, tinha boy saindo pelo ladrão
e eu como sempre no meio da fuzarca, com a pasta cheia de duplicatas
e títulos para pagar. Neste dia o que menos me perturbou
foi a fila e o calor, e sim um casal de jovens que se comunicavam
por sinais, e você deve estar pensando, eles são mudos
ué, nada disso eles eram dois descarados mesmo. O rapaz colocava
o dedo indicador no peito, depois levava a mão aberta próximo
a boca, fazia alguns movimentos e apontava o dedo indicador para
a moça. Traduzindo, Lobo mau quer comer chapeuzinho vermelho,
ela sorria sem vergonha e dava a resposta na ponta dos dedos, colocava
o dedo indicador no peito, unia os dois polegares e os dois indicadores,
na seqüência apontava o dedo indicador para o rapaz e
fazia movimentos pendulares. Traduzindo os meus docinhos eu não
dou para você. Estas cenas foram repetidas muitas vezes, os
boys estavam em polvorosa, rapaz novo cheio de hormônios ,
não viam a hora de sair do banco chegar em casa e fazer justiça
com as próprias mãos, vocês entenderam não
é, pois bem, a fila andou, andou e o casal obsceno chegou
na boca do caixa, depois de efetuarem os pagamentos o sujeitinho
descarado, surpreendeu todo mundo, sacou a carteira do bolso, abriu
um compartimento e tirou um punhado de camisinhas, olhou para os
boys e disse: galera, se não colocar roupa no menino, ele
pode pegar um resfriado, hein! deixou as camisinhas em cima do caixa,
abraçou sua amada sem vergonha e saiu do banco com uma expressão
de felicidade.
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O
PILOTO SOLITÁRIO
Sonhei um sonho maluco,
muito maluco. Eu estava na pista de pouso de um grande aeroporto,
era o dia da asa e a esquadrilha da fumaça iria fazer uma
bela apresentação, todos olhavam para o céu
azul , esperando o inicio do show, pessoas ansiosas e crianças
barulhentas faziam algazarra próximo ao hangar. Surgiu
um ponto negro no horizonte e todos vibraram, foi chegando, chegando,
e o pânico tomou o lugar da alegria, não eram os
aviões da esquadrilha da fumaça, balão mágico
ou disco voador e sim, um imenso caixão negro, isso mesmo
um caixão de defunto horrendo, tinha asas nas laterais
e hélice na ponta e o pior de tudo, ele tinha um tripulante
á bordo. Depois de algumas evoluções, pousou
na cabeceira da pista, todos queriam correr más a curiosidade
prendia. A tampa se abriu, o piloto solitário levantou-se
de uma vez, pele pálida , óculos de aviador e terno
preto, meu Deus que pavor, minha perna tremia mais que vara verde.
O piloto solitário olhou para a platéia assustada
e disse: A morte é uma viagem rumo ao desconhecido, portanto
pensem bem na hora de escolher sua aeronave.
Graças a DEUS acordei.
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